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A pluralidade ritualística na Umbanda

Sempre vimos a seguinte afirmação "mas na verdadeira Umbanda é assim".

Mas o que seria a verdadeira Umbanda?

O que conhecemos hoje popularmente como Umbanda é um aglomerado de diversos ritos pré e pós Zélio de Moraes, o Codificador e não Criador da Umbanda.

Diversos cultos já existiam em terras brasileiras, anteriormente ao culto fundado por Zélio. Dentre eles se destacam o Kalundu, a Kabula, a Makumba Carioca, entre outros.

Inclusive um ponto cantado do Caboclo Canguruçu, que é anterior a Zélio, já citava a expressão Umbanda.

A palavra de Mbanda, de origem na língua kikongo, tem o significado de Cura, para vários Povos de origem africana a Cura está ligada tanto aos elementos físicos como aos elementos espirituais. Então partindo desse entendimento, as Medicinas Ancestrais tratavam tanto o corpo como o espírito, dessa forma os sacerdotes, curandeiros, feiticeiros, eram praticantes de Mbanda. 

Por motivos variados, inclusive o racismo, a palavra Umbanda teve diversas traduções baseadas em diversas culturas, menos na sua cultura original, africana e preta.

Sendo assim, todos os cultos anteriores ao fundado por Zélio, ao notarem que o culto dele não sofria as mesmas perseguições que os demais, passaram também a se chamar Umbanda.

Por esse motivo existem ritualísticas tão distintas nas Umbandas atuais.

Em vez de ficar discutindo qual Ritual é a verdadeira Umbanda, devemos ter esse entendimento que ela e plural e que está tudo bem com isso, o que realmente importa são os fundamentos específicos de cada vertentes e respeitá-los.

Mesmo porque se for pra citar a Umbanda de Zélio, ela deveria ser feita no mesmo formato que ele fazia, na mesa, sem atabaques, sem Exu, Boiadeiro, Marujo, etc.

Devemos respeitar o ponto de vista do outro e entender a diversidade.  

Viva a Pluralidade!